sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

JOGOS PSICOLÓGICOS


Apesar do nome, não são divertidos. Podem ser "banais" ou trágicos. O mais trágico de todos, chama-se "guerra".


O Dr. Berne, um psiquiatra canadense, definiu jogos psicológicos como "uma série de transações (ações e reações entre as pessoas) de natureza repetitiva, com um desfecho definido".Berne desenvolveu o conceito de "jogos psicológicos" para explicar o relacionamento negativo e como interrompe-lo para que as pessoas possam ser mais felizes.

Os jogos começam quando uma pessoa diz ou faz uma coisa socialmente aceita, querendo dizer ou fazer outra, num nível oculto, ulterior, psicológico.O estímulo ulterior é chamado de "isca", pois pretende "enganchar" a pessoa que possui um ponto fraco que pode ser o medo, a ganância, a irritabilidade, o sentimentalismo. Quando a pessoa que recebeu os dois estímulos (social e psicológico) responde ao estímulo ulterior, deu-se início ao jogo. Em seguida, o primeiro jogador aciona um tipo de mudança no seu comportamento, onde o segundo jogador sente-se confuso e perplexo, sem entender o que está acontecendo, como se tivessem lhe tirado o chão. E o desfecho disso tudo é uma sensação de frustração e mal estar, um "bater de portas".

Os jogos são inconscientemente ensinados pelos pais aos filhos e transmitidos de geração em geração. As pessoas jogam, portanto, para sobreviver no ambiente familiar, adaptando-se aos modelos de relacionamento fornecidos pelos progenitores e figuras emocionalmente significativas (avós, tios, etc) e assim, obter atenção, aprovação e carinho. Depois, repetem pela vida afora, com outras pessoas (amigos, cônjuge, colegas de trabalho, etc), na tentativa de tornar os relacionamentos previsíveis.

Berne publicou "Os Jogos da Vida" (Artenova, 1977). Seus discípulos desenvolveram suas idéias: Claude Steiner publicou "o Outro lado do Poder" (Nobel, 1984), que aborda os jogos de poder oferecendo a alternativa de relacionamento baseada na crença de que é possível ser poderoso sem ser competitivo através da utilização de opções nas quais a realização do poder não depende da redução do poder do outro. Steiner abomina o poder de controle e a manipulação que faz com que o poder seja disponível para alguns poucos se apoiando na retirada do poder de muitos.

Trata-se de um verdadeiro convite à humanidade, para que as pessoas, as organizações e as nações possam crescer e se desenvolver sem destruição, usando o poder para o bem comum. Berne e seus seguidores, membros dos Seminários de Psiquiatria Social de San Francisco, desde 1964 demonstravam uma consciência social e percepção das questões internacionais.

Petruska Clarkson, escreveu um artigo no Transactional Analysis Journal sobre Jogos de Omissão. Segundo ela, na medida em que as pessoas se omitem diante de situações conflituosas ou consentem com a omissão nas suas vidas pessoal, profissional, organizacional, emocional, global, apóiam a destruição: "A física moderna afirma que todos os observadores são parte do campo observado. Portanto, se as pessoas têm consciência de um problema, provavelmente estão perpetuando ou agravando-o se não estão envolvidos ativamente na sua solução".

Clarkson relaciona alguns jogos de omissão, tais como: "Não é da minha conta" ou "Pôncio Pilatos"; "Não tenho toda a informação";"Eles que se queimem"; "Quero ficar neutro"; "Só estou dizendo a verdade (para outros) como eu a percebo"; "Sobre o muro"; "Minha contribuição não fará muita diferença"; "Deixa Quieto" e outros. Todos estes jogos podem ser interrompidos na medida em que, escolhemos ser parte da solução diante de um problema.

Os convites para "jogos" e relacionamentos tóxicos existem. Cabe a cada um de nós recusar-se a jogar. Isso pode significar o rompimento do relacionamento, em alguns casos, onde o jogador insiste e insiste em reproduzir hoje o mal estar aprendido na infância. A inteligência emocional é a arma mais poderosa no combate aos ataques quer eles sejam pessoais ou mundiais.

Assim, ataques terroristas estão acontecendo todos os dias, quando somos desconsiderados, desqualificados nas nossas emoções, pensamentos e ações; quando somos julgados baseado em informações distorcidas ou incompletas da realidade; quando somos alvo de projeções inconscientes, de reações transferenciais negativas; quando somos "bode expiatório" de pessoas que colecionam "figurinhas" de raiva querendo trocá-las por uma briga; quando recebemos ataques invejosos. Podemos desmoronar dia a dia, como o World Trade Center, dentro de nós mesmos, morrendo e morrendo pelas desconsiderações sutis ou declaradas que permitimos. Ou ainda, podemos desenvolver o outro lado do poder, onde todos nós temos ao nosso alcance imediato o poder duradouro do amor, da intuição, da comunicação saudável, da cooperação, que pode conseguir o que desejamos e que nos fará genuinamente felizes, conforme ensina Steiner.

O relacionamento livre de "jogos" pode ser exercitado em qualquer lugar onde existam pessoas: dentro da família, com vizinhos, amigos, no círculo social, entre os dirigentes, líderes de uma cidade ou nação. Acredito na ecologia humana e acredito que a paz começa dentro de cada um de nós.

Conclusão: Sempre estamos jogando em nossa vida, fazendo transferências, sempre tentando ver nos outros problemas que são nossos, ou buscando uma solução para nossos jogos.
Eric Bern é fantástico, se vc interrpretar na ótica de bate papo pela internet, vemos um bombardeio de pessoas jogam com suas comorbidades...
att
lag

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